terça-feira, 20 de outubro de 2009

Amor: remédio, combustível e único mandamento

Muito se fala do amor, acho que até o banalizando, no uso de seu termo e nas suas mais diversas demonstrações, posto que o amor é doação, compreensão, respeito e união. O amor é paz, é compartilhamento, ele sim deve ser cego, jamais a paixão.

A paixão deve ter olhos de águia, o raciocínio de um animal muito bem adestrado e a lembrança de um elefante. Olhos para notar, observar. Raciocínio para discernir, analisar, prescrutinar. Lembranças, para não se deixar se repetir fatos extremamente desagradáveis .

O amor, esse deve ser cego, surdo e mudo, convenientemente, não por subserviência. Amor não é escravidão.

Se pensarmos bem, a fase da paixão é tão gostosa, não é? O cheiro da pessoa amada, suas curvas, até seus mínimos trejeitos e a sua simples presença nos faz engolir em seco, suar nas mãos ou ter um friozinho na barriga. Isso porque a desejamos. A paixão é a onda arrebentando nos rochedos.

O amor, ahhh, esse sim, é água marinha caribenha, suave, tépida e cristalina. O amor não mais vê curvas e formas, não mais deseja carnalmente e não te faz mais secar a boca e suar e gelar as mãos. O amor te acalma, te da segurança, te dá paz...

Onde estupramos a palavra amor? Nos assassinatos passionais, nos ciúmes doentios e na insegurança. Quem ama não mata, não sufoca o ser próximo e não se martiriza em (às vezes) infundadas desconfianças e em certas liberdades vigiadas.

Que eu saiba, o amor acalma (remédio), dá-nos ânimo de vida e do significado dela (combustível) e nos faz chegar mais perto da divindade, do nirvana, do completo, amando a nós mesmos, ao Divino e ao próximo (mandamento). Pelo amor do criador, eu não advogo a causa do "entrega-lhe a outra face", jamais.

Que tal amarmos para dividirmos? Para sermos mais justos? Para proteger e cuidar. Para servir...

Quantos são egoístas, com tantas terras em poucas mãos. Supersalários quando existem catadores de lixo em frente do nosso restaurante de luxo. Quantos são interesseiros e querem se circundar de pessoas abastadas... Quando nos desapegaremos desse materialismo absurdo? Sim o absurdo, pois nada contra se ter relativo conforto e segurança. Quando vamos praticar o amor, o amor franciscano. Parece que nem ao nosso chão estamos tendo amor, senão vejamos o que fazemos com a nossa Terra. Em pouco tempo ela nos engolirá, desaparecerá, deixará de existir como nós a conhecemos hoje.



Amar só faz bem...

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