sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O preço da espontaneidade, os freios e refreios que a (as vezes cruel) sociedade nos impinge versus a falta de consideração com os outros em nos fazemos embarcar

O mundo de hoje, a mídia, os celulares, e até porque não dizer, as nossas amizades (sinceras ou não) e até nós mesmos nos impomos certos comportamentos, que julgamos serem defensivos, de "não-afoitamento", para com nossos semelhantes, causando, em muitas situações, embaraços irremediáveis e opiniões negativas nas e das partes envolvidas.


As pessoas hoje foram treinadas para refrearem seus sentimentos, não serem originais e espontaneas.  Quem hoje retorna uma ligação de alguém que acabou de conhecer? Quem hoje aceita um almoço ou um simples jantar de primeira mão? Alguns despreendidos e desacorrentados dos ditames ditatoriais por certo. Alguns e algumas felizes e pouco neurotizados, os naturalmente nirvanizados. Quantas pessoas gostariam de pegar um telefone e explodir em contentamento e dizer um simples: "Olá, amor?" "Liguei pra saber do seu dia". As pessoas estão se invaginando em si mesmas, se umbigando, se autoconcentrando, o que vai totalmente de encontro aos que já dizia John Donne "homem algum é uma ilha". Precisamos interagir. Não há quem seja tão pequeno que não possa contribuir e nem tão grande que não possa receber.


O cerne da coisa vem de que somos impelidos e até incentivados, até por nós mesmos, em não seremos muitas vezes somente gentis, retributivos, amáveis. O que nos custa um simples telefonema de retorno? O que custa aceitarmos um convite de alguém que parece nos cortejar? Desde que do outro lado esteja um liberal, uma mente sociabilizada com a globalização dos bons costumes e das gentilezas e da não mesquinheza de pensamentos, pois sim, uma pessoa pode estar com outra sem estar se entregando, por que não? Foi bem aceito numa festa familiar hoje? Agradeça amanhã. Recebeu bombons e/ou flores? Retribua ou agradeça, não deixe morrer as atitudes, os bons gestos, que são os que ainda sustentam o planeta Terra, também conhecido como planeta egoísmo ou planeta vaidade.


Você quer beijar? Beije... Você quer chamar seu homem pra passear hoje por sua conta? Banque-o. Você quer conhecer a família da sua namorada? Toque a campainha... Tão simples, tão honesto, tão humano...





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